FAVORITOS - MY OWN PRIVATE IDAHO
Meu abacateiro, meu cantinho favorito na infância. Lá me escondia do mundo, do escuro, do indizível. (Mordo o lábio, abro a cortina, sopro os pensamentos pra fora da janela.) De lá via os passarinhos, a rua, e quem se aproximava da casa. Era o meu estar longe, apartada da tristeza, e protegida no quintal. Lá eu era amiga do rei. O vermelho do cardeal, o amarelo dos sabiás, o verde dos abacates, o céu. Talvez venha daí a minha paixão pelas cores primárias. Belezuras de infância que nunca fotografei.
Meu quintal cresceu: é a casa inteira. Aqui sou rainha. E minhas alegriazinhas, salpicadas aqui e ali, enfeitam os cáquis sérios e corretos de marido (que já nem gosta mais deles e anda valsando com cores). Meus tesourinhos: os azulejos de Atenas, que eu trouxe na mochila, o vasinho estampado que roubei da minha avó, a colcha de crochê azul, meus livros que resistiram às 14 mudanças de casa.
São esses detalhes, essas assinaturas, essas pasárgadas que a nova seção do De(coeur)ação vai mostrar pra você. Mas os meus tesourinhos eu já conheço. Então quero ver e mostrar pra você tesourinhos dos outros.
Juntos seremos voyeurs, olhando, com permissão do dono da casa, pelo buraco da fechadura. Os convidados são/serão blogueiros, artistas, designers, arquitetos.
***
Eu, que só sei fazer homem-palito, me escondo debaixo da mesa, de admiração e vergonha de nosso primeiro convidado. Quando ele disse que sim, prendi meu silêncio com fivelas pra não sair dando pulinhos. Rubens LP é homem moderno e percorrido de existências: todas brasileiras, algumas inventadas, já que é ainda curto de idade (mas longo de idéias).
Alguns têm o traço identificável. Mas esse artifício não é de aquisição gratuita: é pinta dos melhores. E o Rubens é dono de um traço assim. Vejam com seus próprios olhos se não falo a verdade.
Passeemos pelos seus cantos favoritos.
Amei a heresia do papertoy no oratório. E a planta de papel, que conta no ouvido da gente que ele não é muito bom pra cuidar de plantas. Não sabia que ele era budista. Agora, que passei os olhos por seus tesourinhos, sei. (Ou será que ele é quinem quieu, que sou católica por estética?)
*** Essa seção é um pedido da Luiza Voll, do blog Favoritos. Então nada mais justo e adequado que ela se chame Favoritos. Pois não fala sobre os nossos cantos favoritos? ***
Meu quintal cresceu: é a casa inteira. Aqui sou rainha. E minhas alegriazinhas, salpicadas aqui e ali, enfeitam os cáquis sérios e corretos de marido (que já nem gosta mais deles e anda valsando com cores). Meus tesourinhos: os azulejos de Atenas, que eu trouxe na mochila, o vasinho estampado que roubei da minha avó, a colcha de crochê azul, meus livros que resistiram às 14 mudanças de casa.
São esses detalhes, essas assinaturas, essas pasárgadas que a nova seção do De(coeur)ação vai mostrar pra você. Mas os meus tesourinhos eu já conheço. Então quero ver e mostrar pra você tesourinhos dos outros.
Juntos seremos voyeurs, olhando, com permissão do dono da casa, pelo buraco da fechadura. Os convidados são/serão blogueiros, artistas, designers, arquitetos.
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Eu, que só sei fazer homem-palito, me escondo debaixo da mesa, de admiração e vergonha de nosso primeiro convidado. Quando ele disse que sim, prendi meu silêncio com fivelas pra não sair dando pulinhos. Rubens LP é homem moderno e percorrido de existências: todas brasileiras, algumas inventadas, já que é ainda curto de idade (mas longo de idéias).
Alguns têm o traço identificável. Mas esse artifício não é de aquisição gratuita: é pinta dos melhores. E o Rubens é dono de um traço assim. Vejam com seus próprios olhos se não falo a verdade.Passeemos pelos seus cantos favoritos.
Amei a heresia do papertoy no oratório. E a planta de papel, que conta no ouvido da gente que ele não é muito bom pra cuidar de plantas. Não sabia que ele era budista. Agora, que passei os olhos por seus tesourinhos, sei. (Ou será que ele é quinem quieu, que sou católica por estética?)*** Essa seção é um pedido da Luiza Voll, do blog Favoritos. Então nada mais justo e adequado que ela se chame Favoritos. Pois não fala sobre os nossos cantos favoritos? ***
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Reviewed by vivianne pontes on
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Meu abacateiro, meu cantinho favorito na infância. Lá me escondia do mundo, do escuro, do indizível. (Mordo o lábio, abro a cortina, sopro o...
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