VIDRO DE SE VER
A minha avó Ana era bugre, quase selvagem. Eu amava aqueles cabelos lisos e grossos, ainda escuros. Meu pai herdou dela o ímpeto, a natureza forte, a capacidade de seguir seus próprios instintos e uma energia que não acaba nunca. A herança chegou em mim aguada.
Vó Ana morou na fazenda por toda a vida, gostava de viver só com seus pensamentos. Tinha costumes que até hoje franzo a testa pra tentar lembrar e entender. Um deles eu entendo agora. Quando a tarde caía, ela colocava um candeeiro aceso em frente ao espelho. Eu achava isso mágico. Tolinha... ela era prática.
Li que antes da eletricidade, época dos candeeiros e lampiões, os espelhos eram usados para amplificar a luz. E que a mesma idéia funciona muito bem quando colocamos um espelho perto da janela: aumenta-se a luz e o ambiente.
Então eu arregacei as mangas, convidei marido e chamei a Angela de guia. Juntos fomos a um brechó em Niterói, o White Elephant, e trouxemos de lá um espelho de metro e meio, que vou colocar numa parede ao lado da janela.
Então é isso, seja pra aumentar o espaço, seja pra trazer mais luz, seja pra afastar os espíritos da escuridão, tire proveito dos espelhos.
VIDRO DE SE VER
Reviewed by vivianne pontes on
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A minha avó Ana era bugre, quase selvagem. Eu amava aqueles cabelos lisos e grossos, ainda escuros. Meu pai herdou dela o ímpeto, a naturez...
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