COBOGÓ
Eu amo a minha rua. Já fiz até expedição fotográfica por ela. Eu, Ângela e a câmera. Entramos numa casa abandonada, fotografamos um grafite dos Gêmeos, e outros detalhes que me fazem gostar daqui. E logo ali, subindo um pouco a rua, tem essa casa, com essa varanda que gosto bastante. E bem, eu não sabia o nome disso. Quando descobri, me deu vontade de ter em casa só pra dizer assim: “Lá em casa tem uma parede de cobogó.”
Cobogó é uma daquelas deliciosas palavras que soam como tupi-guarani, mas é mesmo fruto de uma pequena subversão. Seu nome deriva das iniciais dos sobrenomes de três engenheiros: Amadeu Oliveira Coimbra, Ernest August Boeckmann e Antônio de Góis. Esses espertos senhores registraram a patente e o nome em 1929.
Esses elementos vazados, originalmente de concreto ou cerâmica, hoje em dia também de vidro, seguem o mesmo princípio dos antigos elementos de madeira da arquitetura moura: solução para o fechamento de estruturas e, por serem vazados, permitem passagem de luz e ventilação.
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Comentário que merece ser lido por todos:
e o cobogó é uma invenção pernambucana!
lá em olinda (minha terra) o povo chama de combogó - e seu uso é muito comum, assim como os muxarabis da arquitetura moura que lhe deram origem. os muxarabis existem em menor quantidade, naturalmente, são de madeira e enfeitam varandas de casas centenárias. os de concreto ou cerâmica são abundantes, estão em escolas, igrejas, repartições públicas, todos construções mais recentes.
morei lá numa casa antiga, daquelas de piso de tábua corrida, com janelões, um enorme corredor com os quartos de um lado e terminando na sala, sabe como? bem modelo olindense. nessa casa o corredor não era parede e meia com o vizinho, ficava numa esquina - então quem a construiu colocou cobogós na parte de cima da parede em todo o seu comprimento.
o resultado era uma brisa constante, muito agradavel, dava pra dormir deliciosamente de portas abertas.
grande invenção, o cobogó.
Beth
COBOGÓ
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Eu amo a minha rua. Já fiz até expedição fotográfica por ela. Eu, Ângela e a câmera. Entramos numa casa abandonada, fotografamos um grafite...
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