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TUTORIAL

Sobre opiniões e a Carolina


Tava aqui tomando esse café e lembrando: comadre Vanessa disse que no princípio achou que a Carolina era eu, depois foi percebendo que não era. Faltam-me os colhões. Eu não sei gongar nada, nem talento pra ter certezas eu tenho, e achava que faltava esse espaço no d♥. Porque nem tudo em decoração é fofo e lindo. Muita coisa é superestimada, como o sofá perfeito, a cortina romana, e o porcelanato. Levar essas coisas muito a sério pode acabar transformando a decoração da casa num problema, ao invés de numa solução pra se viver melhor.

Ninguém é assim o tempo todo, a Carolina não é assim. Mas aqui no d♥ o papel dela é o de criticar, com o humor mal humorado dela. E isso pode acabar lançando uma outra luz no problema, mesmo que não seja uma luz que a gente goste.

A melhor parte dos textos da Carolina (de todos eles, já viu o Jantando no Orkut?) são os comentários. Gente inteligente se expressando a favor e contra. Gente revoltada não entendendo que o fato da carapuça servir não torna sua (de qualquer um) vida melhor nem pior. Afinal, o piso da sala não deveria doer no coração.

Eu moro num apartamento de dois palmos quadrados em que marido está proibido de fritar lingüiça, mas é só eu viajar que ele frita churros como se não houvesse amanhã. Ou seja. A carapuça já me serviu, mas só me deixou pensando se a cozinha americana foi mesmo uma boa escolha. Não odiei a Carolina por minha escolha. E nem concordo com ela em tudo.

Enfim, acho que a Adri resumiu bem: “Eu achava todos os posts engraçados (o sobre textura e parede salmão é a cara de minha sogra! rsrsrs) até me deparar com um que critica o que gosto (porcelanato). Depois relaxei, a idéia da coluna é essa, e surte o efeito desejado. Fiquei até esperando o próximo post...“

E mais: é claro que ela exagera. É uma crônica, gente! Não é uma declaração juramentada. Explicando a piada? Ela não ganhou uma petisqueira em formato de morango (valha-me deus). Foi uma ilustração. Mas #fikdik. Só que ao contrário. “O texto está aí falando com letras garrafais: "Gesto e não grandiosidade material" e critica exatamente a necessidade de provar a tal grandiosidade material através de presentes que nem sempre agradam e quase nunca combinam com a casa.” disse a Fernanda (taaambém nos comentários) E na dúvida, melhor seguir o conselho da Laura “Quando eu tiver a minha casa, cerveja gente! Flor me dá alergia, mas cerveja não e fica liiindo na geladeira!”

Se levantou esta discussão e ótimas opções melhores de presentes que um tapetinho em forma de U - Sim, eu tenho um, minha vó me deu, e eu uso por carinho. Não, não me dê outro. -, atingiu o objetivo, não?

E lá, de novo, nos comentários, Carolina disse “Não desdenho TUDO que eu ganho, mas me dou o direito de gostar ou não das coisas. Acho que falta um pouco disto no mundo: assumir opinião, respeitar a do outro. Não porque é bege e diluída em água e açúcar, mas porque todo mundo tem uma. E ajuda a estabelecer limites e exercitar a co-existência discordante.”

É isso. A coluna dela é quinzenal, sempre às quintas-feiras, seguindo pelo feed de email na sexta-feira.


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