Sobre tapetes e memória

Reclamo muito da minha memória, mas pergunta se eu esqueço da textura daquele biscoito de queijo com a marca do amassadinho do garfo, que tia Lia faz? (Hora dessa ainda destampo pro Mato Grosso, clamando meus direitos de sobrinha saudosa de tia e biscoitos.) Também não me foge nem por um segundo o tom de ocre que cobria o fogão de lenha da antiga casa da fazenda de Ouro Verde. Nem o frio na barriga no segundo que durou a queda do abacateiro.

É grande e cheio o pote de lembranças que - não me canso dizer - fazem parte da minha vida presente, do momento agora, pois que abrem-se no meu sorriso mesmo quando, deslembrada disso tudo, estou sorrindo a outras coisas.

É aí que te digo: minha memória é uma sacana. E faz umas relações que só ela. Vi o tapete de cima, e só lembrava desse de baixo.


Este tapete bacanoso foi feito usando 16 tapetes de banheiro ovais, cortados ao meio. E apareceu por aqui tempos atrás.

Tapete 1 na Living Etc desse mês, e é uma foto da sala de jantar do Jonathan Adler himself. Tapete 2 apareceu na New York Magazine.