Cara a tapa #10
Por Carolina Mendes
Vamos igualar um pouco as coisas.
Tudo bem que eu vou dar a cara a tapa, ou o quarto a tapa e vou ser julgada e ofendida pessoalmente, mas foi a única forma que eu encontrei de igualar um pouco a brincadeira com vocês. Que a Liga das decoradoras Catolicas se esbalde fazendo comigo o que eu sem saber faço com elas. Provaremos que gosto, como bunda, é da conta do dono. E que o importante é usar como te faz feliz. O gosto e a bunda.
Realmente o limite vai ficar no quarto, por enquanto. Como os leitores habituais devem saber, me mudei recentemente de apartamento. Este com 60 metros quadrados a mais que o anterior, mas em um prédio mais antigo tem vantagens e desvantagens.
Primeiro, tem um quarto a menos. A solução foi então colocar a caminha do castigo, forma carinhosa que temos de chamar a cama de solteiro que ficava no quarto de hópedes/escritório, no meu quarto, no pé da minha cama. Sim, o quarto é suficientemente grande.
Segundo problema: não ter escritório. Aí vocês podem dizer que eu poderia ter feito o escritório no meu quarto e ter tirado a caminha do castigo. Só que eu nunca gostei de escrever enfiada no quarto. Com quase 60 dias vivendo aqui, percebi que a área mais ensolarada do apartamento é a lavanderia.
Montei estante a mesa por lá. Ainda meio que penando com o sinal da internet, que oscila, mas feliz demais com os meus livros desencaixotados. Eu sei que tinha dito que iria ficar no quarto mas tinha que explicar porque não vai aparecer uma mesa nas fotos.
Terceiro: (começam as vantagens) Chão de tacos. Na verdade é no apartamento todo. Eu sei que vocês irão dizer que atrai pulgas e não é pra qualquer um, mas aqui temos tacos e cachorro. Na verdade cachorra, Maria Perra. Nunca teve pulgas, embora vira- latas. Faço votos e aposto que continuará não tendo.
Quarto: meus quadros. Mais do que estilo ou opção decorativa, eu preciso ter alguns quadros perto de mim. Infelizmente, embora bem espaçoso, não tenho paredes suficientes a acabei pendurando várias peças nas 3 paredes disponíveis.
Tenho aí a cama, de casal sem cabeceira pra caber o quadro, o móvel da década de 70 que era uma estante, mas a parte estante foi serrada, e virou uma cômoda. A cadeira de balanço que era do meu pai e que foi comprada 30 anos atrás em um leilão, e meu criado- mudo.
Sobre o criado mudo: eu sei que é de madeira marfim e que marfim é cafona. Mas é de madeira marfim MESMO, maciça. Meio dó de tingir. Nisso vocês podem palpitar. Sugestões Vivi? Tapete persa de trocentos anos, e meus objetos expostos. E chega.
TV tá sobre o móvel mas está desligada. Nunca vejo tv no quarto. Só dvd no computador, na cama, ou livros. Nada decorado, só minhas coisas do jeito que eu gosto e no alcance da mão.
Pronto. Podem me massacrar. Tentei ser o menos afetiva e imparcial possível. JULGUEM, SUAS LINDAS.
♥ Carolina Mendes é paulistana, escritora e implicante.
Cara a tapa #10
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