( ) clássico, ou ( ) geograficamente correto?

Por Débora Foresti

Sabe aqueles objetos ou aquelas imagens que fazem parte da sua vida há tanto tempo que não conseguimos imaginar nada diferente? Era isso que eu sentia em relação ao atual mapa do metrô de Londres. Mas é papel dos designers questionar e reinventar, e foi o que Mark Noad fez. A primeira versão do mapa atual, desenhada por Harry Beck, é de 1930 e foi atualizado pela última vez em 1960. Desde então, o metro ganhou muitas linhas novas e o desenho do mapa foi se adaptando sem perder o design original.

O que muitos apontam como problema é que o mapa de Beck não é geograficamente preciso. Daí Noad propôs um novo mapa, com elementos do mapa original, mas com resultado mais preciso em relação às distancias reais.

Mexeu com as tradições inglesas? Mexeu com o povo. A polêmica foi parar nos jornais, envolvendo não apenas experts em design, mas também o cidadão comum, usuário do metrô.

O designer topou nos dar uma micro-entrevista. Olha só:

Since design is supposed to make life easier or more beautiful, or both, what do you think about your map?
People interpret visual information differently, some find a diagramatical approach useful, others prefer a more literal solution. I know from correspondence I’ve had since the website went live that many people found the Beck version difficult to use and they find mine much easier. There have also been plenty of people who have said they find mine more confusing than Beck’s. So, the answer to your question is it will make life easier for some people but not all.

Do you believe that it is more understandable than Harry Becks'?
I do not claim my map is better or more understandable than Beck’s, it is simply a different way to look at it. People now have a choice of maps to navigate the underground system with.

Resumindo? A intenção dele era oferecer mais uma opção, que algumas pessoas podem considerar mais fácil. Outras não. E você? O que acha?

Mapa original | Versao de Noad

♥ Débora Foresti é arquiteta e urbanista, mestre em Teoria e Historia da Arte e Arquitetura pela USP São Carlos e trabalha em Londres num escritório especializado em escritórios.