Harry Bertoia
Por Stella Cavalcanti
A história de Harry Bertoia começa na Itália, onde nasceu em 1915, o ano em que a Itália entrou oficialmente na I Guerra Mundial. Fugindo de uma Itália fascista, imigrou para os Estados Unidos em 1930 - com apenas 15 anos - e começou a estudar arte e ouriversaria. Depois, conseguiu uma bolsa de estudos na Cranbook Academy of Art - onde conheceu Charles e Ray Eames, Walter Gropius, e Edmund N. Bacon, grandes nomes da arquitetura e design. E, como eles, também foi professor.
Bertoia não foi o primeiro a trabalhar com metal, mas foi o grande mestre dessa arte. E a coisa mais importante no seu trabalho não estava lá: era o ar. O vazio. Os espaços que valorizavam o todo. E, gente, isso foi extremamente inovador.
A cadeira Diamond, por exemplo, que hoje é consagrada, na época do seu lançamento (1952) causou furor: feita com arame industrial soldado e cromado, brilhava como uma jóia, leve, delicada: uma obra de arte feita a mão.
Ele fez a Diamond - e muitas outras seguindo a mesma linha criativa - para a empresa Knoll, que concentrava a nata do design americano nos anos 50: lá trabalhavam Charles e Ray Eames, Ludwig Mies van der Rohe, Florence Knoll, Frank Gehry, Maya Lin e Eero Saarinen. Só feras!
De móveis e jóias passou a fazer esculturas - e, mais uma vez, quebrou paradigmas. Bertoia deu som ao que antes só tinha forma: utilizando metal ou madeira, muitas de suas esculturas ressoavam ao toque humano ou ao vento, com forte inspiração na natureza. Moderno, né?
Uma delas, a pioneira Textured Screen, criou grande polêmica ao ser exposta na Biblioteca Pública de Dallas, em 1954 - foi considerada “moderna demais” para uma biblioteca pública, dando início a uma discussão sobre que tipo de arte é considerada “adequada” para receber dinheiro do governo. A escultura acabou sendo comprada após uma campanha para arrecadar fundos, e foi oficialmente doada para a biblioteca.
Harry Bertoia morreu em 1978.
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Harry Bertoia
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