Por Magnolia Brussi
As estampas floridas de Kim Parker aparecem em tapetes, almofadas e louças. A moça já foi premiada várias vezes aqui na Inglaterra. No mês passado estive em Nova Iorque e tpude conhecê-la. E havia alguma coisa familiar nela.
Depois soube que Kim Parker já esteve várias vezes no Brasil, seu marido é brasileiro e que seu trabalho recebe grande influência das coisas da nossa terra.
Então não pude resistir e pedi uma entrevista. :-)
Kim, você mora numa cidade grande e pinta flores. Por que flores?
Talvez a razão mais óbvia pela qual pinto flores é viver em Nova Iorque e ansiar pela suavidade da natureza e das flores. Mas eu não acho que isso é verdade. Desde criança sinto a necessidade de me expressar com cores intensas e suntuosas. Sempre pintei flores. Eu via minha mãe pintando-as e eu tenho certeza que isso me influenciou. Mas talvez eu as pinte simplesmente porque são bonitas. Quem não gosta de flores? O tema „jardim“ é mágico.
Suas estampas são desenhadas a mão. Por que o trabalho manual é importante, na sua opinião?
Coisas feitas a mão são lindas porque carregam sensibilidade. Você pode sentir a energia humana nelas, a imperfeição e o carinho. Coisas feitas por máquinas não tem isso, na minha opinião. Sempre que recebo produtos das minhas coleções como: tapetes, almofadas, roupa de cama que são tingidos, costurados e bordados a mão, eu fico sem fala. O desenho, feito pela mão e coração de uma outra pessoa, se transforma. Isso me toca muito. Você vê e sente esse carinho nesses produtos.
Na maior parte do tempo estamos muito fechados no nosso mundo digital. Reconheço a importância e valor da tecnologia, mas o fato das pessoas estarem se distanciando do contato visual e do tato me preocupa. Coisas feitas por mãos humanas revelam comoção e amor e elas têm integridade.
Poderia nos contar qual foi sua experiência no Brasil e se isso influenciou ou influencia seu trabalho?
É difícil de explicar o quanto eu amo o Brasil. Minha primeira visita foi em 1983, quando meu irmão Dennis Parker, estava morando em Porto Alegre e tocando em uma orquestra (OSPA). Imediatamente me apaixonei pelas pessoas, pelo país e pela maneira de viver dos brasileiros. Viajei por todo o Brasil: Florianópolis, Gramado, Sampa, Rio, etc. Meu marido e sócio Felipe Porto é de Fortaleza. Sou fluente em português.
Acho incrível você ter abandonado uma carreira promissora no mundo da música clássica para se tornar pintora. Você deixou uma profissão que requer muita disciplina para produzir seu trabalho com mais liberdade. Como foi tomar essa decisão? Você realmente é livre pra criar suas estampas ou às vezes você tem que voltar atrás?
Ótima Pergunta. A decisão de deixar minha carreira como flautista clássica não foi nada fácil. Sempre gostei de me apresentar e tocar boa música, e tenho certeza que poderia ter sido feliz como flautista em uma orquestra. Mas a vida de um músico erudito é um caminho muito duro de seguir. Cada nota tem que ser perfeita. Entre um concerto e outro eu passava horas pintando. O mundo da música clássica ensinou-me a ter bastante disciplina e todas as experiências maravilhosas que tive me deram uma base para minha profissão como designer.
Desde pequena, desenhar tecidos já era o lugar no qual eu podia ser totalmente livre. Não havia vozes na minha mente me julgando. Eu tinha uma música bonita dentro de mim e ela encontrou uma maneira de se transformar em desenhos. As pessoas estão sempre me dizendo que minhas pinturas são líricas. Como flautista de música erudita, eu odiava ensaiar. Eu ensaiava mas ficar em um estúdio e trabalhar difíceis frases musicais não era tão prazeroso quanto mergulhar meus pincéis e compor.
♥♥♥
Gostou da história? Então, dá uma olhadinha no trabalho da Kim.
♥ Magnolia Brussi é paulistana, mas saiu do Brasil aos 22 anos com uma mochila nas costas e um diploma de universidade que não sabia se iria servir pra alguma coisa. Morou em alguns países europeus e hoje mora na Inglaterra, e estuda Design de Interiores.
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