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Tutoriais:

TUTORIAL

Lina Bo Bardi, sua obra, e as maçanetas

Lina Bo Bardi - design brasileiro

Achillina Bo nasceu em Roma, estudou arquitetura, foi trabalhar com Giò Ponti em Milão, e voltou pra Roma, onde montou um escritório moderno e lindo. Daí veio a guerra e bombardeou seu escritório moderno e lindo. Se casou com o jornalista Pietro Maria Bardi e como Lina Bo Bardi,  de mala e cuia, cansada da guerra, partiu pro Brasil em 1946.

Lina Bo Bardi - design brasileiro

Foi morar em São Paulo, e enquanto o marido criava o MASP instituição (que comandou por 50 anos!), Lina criava o MASP construção, entre outros objetos e mobiliário lindos. Curiosamente, segundo Ethel Leon*, Lina Bo Bardi não gostava de ser chamada de arquiteta, mas de "arquiteto", vai entender.

Lina Bo Bardi - design brasileiro

Dona Lina, como os baianos a chamavam, morou em Salvador de 1958 até 1964. Voltou para reformar a Casa do Benin, e manteve as linhas externas do casario secular, mas modernizou os espaços. A casa, que abriga uma rica coleção de objetos e obras de arte da região do Golfo do Benin, de onde veio a maioria dos negros que povoaram o Recôncavo Baiano, também tinha até pouco tempo (algum soteropolitano amado confirma se ainda tá?) uma batelada de artesanato popular brasileiro colecionado por Lina na vida.

Lina Bo Bardi - design brasileiro

Lina dizia: "Tenho horror em projetar casas para madames, onde entra aquela conversa insípida em torno da discussão de como vão ser as cortinas... (…) Gostaria muito de fazer casas populares."** Mas não fez. Acabou sendo responsável por obras icônicas, como o MASP, o SESC Pompéia, a cadeira girafa (junto com a marcenaria Barauna), a poltrona Tijela (foto lá em cima), a Casa de Vidro e o projeto de recuperação do Solar do Unhão, em Salvador. É indiscutível a importância de Lina Bo Bardi para a história da arquitetura e do design no Brasil.

Lina Bo Bardi - design brasileiro

Pois a marca britânica de maçanetas Izé descobriu Lina, e a maçaneta que fez pra sua Casa de Vidro há 62 anos. Licensiou e colocou em produção, pela primeira vez na história. A Izé pertence a Edwin Heathcote, que disse: "Acredito que o reconhecimento tardio do trabalho de Bo Bardi é, em parte devido ao isolamento geográfico do Brasil e em parte devido ao fato de que ela é uma mulher." É ele que tá dizendo, não sou eu. ;-I

Fontes:
*LEON, Ethel. Design brasileiro: quem fez, quem faz. Rio de Janeiro, Viana & Mosley, 2005; pág 138 ♦ Instituto Bardi ♦ Vitruvius ♦ Folha ♦ **USP - tese de doutorado de Cristina Garcia Ortega (citação, dentro do arquivo pdf, que é ótimo, se você deseja saber mais sobre a Lina Bo Bardi)
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